sábado, 1 de fevereiro de 2014

Gouveia, 26 anos depois.


Foi há 26 anos, era publicada em Diário da República a Lei n.º 6/88, que confirmava a elevação de Gouveia à categoria de  cidade depois da aprovação em Assembleia da República. Passavam dois anos da adesão de Portugal à CEE, o país começava a "cheirar" a progresso, as Obras Públicas moldavam um país em movimento e Gouveia acompanhava de certa maneira a tendência embora questionável, conforme o Notícias de Gouveia de 22 de Janeiro de 1988: « Urbanisticamente, assiste-se ao empobrecimento da cidade!» 
Gouveia começava a assistir ao declínio dos lanifícios que mais tarde seria um verdadeiro problema social e económico que ainda hoje se reflecte. A Gouveia motora industrial, o Tear da Beira foi-se desvanecendo com o passar dos anos, hoje restam as ruínas fabris. Em 26 anos muito mudou em Gouveia, passou de Tear da Beira a Cidade Jardim e desta esta a Capital da Aventura. Hoje a cidade e o concelho está mais envelhecido, com menos residentes e sem o fulgor de quase três décadas. Não há pastores, e o " melhor queijo do mundo" quase "morto", poucos são aqueles que no nosso concelho resistem a trazer até nós a iguaria afortunada de um concelho e região.
Hoje Gouveia é mais vila que cidade, muitos questionam, que ganhámos nós Gouveia-cidade, ganhou-se mas poderia ter-se ganho mais, muito mais  não a fosse a política partidária nefasta, egoísta, cega de vitórias eleitorais e ambígua no ato de servir a população.


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Estradas da Beira Alta e Serra da Estrela fora dos planos do governo.


Segundo a edição do jornal de Negócios de hoje o grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado valor acrescentado, liderado pelo secretário de Estado Sérgio Monteiro, fez chegar a Pedro Passos Coelho as escolhas dos principais projectos de Obras Públicas para Portugal para o período 2014-2020. Portos e ferrovia são as áreas que irão abarcar o bolo maior. Num total de 30 projectos, apenas dois são relativos à rodovia, em nenhum dos casos se reporta às estrada que circundam a Serra da Estrela. Numa primeira análise podemos referir que os IC6, IC7 e IC37 ficaram uma vez mais na "gaveta". O Túnel do Marão e a modernização do IP3 serão os grandes projectos rodoviários de investimento do governo. O único " rebuçado" é que a modernização da linha ferroviária da Beira Alta irá avançar.
Uma vez mais é um "tiro" de morte ao interior e à região da Serra da Estrela. Os autarcas locais têm pouco poder de persuasão e os deputados eleitos pelo distrito da Guarda apenas se preocupam com "fait-divers".

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Uma coisa chamada neve que "estorva" a vida serrana


Hoje voltou a nevar na Serra da Estrela, a neve começou a cair no maciço central de manhã tendo começado a cair com maior intensidade ao princípio da tarde. Para não ser diferente de outras ocasiões as estradas do maciço central voltaram a ser cortadas  pela 14ª vez neste período invernal.
Um pouco por toda a Europa central, neste momento, estâncias de esqui recebem turistas. Escolas fecham neste período para que pais e filhos possam desfrutar da neve e dos momentos que ela pode proporcionar. Estamos a falar de estâncias com maior altitude que a Serra da Estrela, estamos a falar de quantidades de neve bem superiores às quedas verificadas na serra mais alta de Portugal continental. Comparar o incomparável, estas estâncias também fecham por períodos onde as adversidades meteorológicas são elevadas, no entanto a circulação automóvel é salvaguardada.
Fatalismo incondicional, corte de hoje é igual a tantas outras, que para mal de empresários e comerciantes vivem desta neve, como âncora do turismo local. Inconcebível esta situação, com o passar dos anos os problemas subsistem e não se coadunam com as perspectivas de desenvolvimento local. O forte nevão que caiu no fim-de-semana de 18 de Janeiro levou algumas centenas de veraneantes à região cuja passagem foi barrada aos principais locais de diversão na neve. Perante toda a tecnologia ao dispor hoje em dia, os meios disponíveis , parecem haver poucas razões para que hoje, pelas 15h30, se ter cortado os principais acessos à Torre.
Muito se tem discutido, trabalhadores do Centro de Limpeza, cidadão comum, desportistas de desportos de inverno, mas pouco conclusivo tem sido o resultado final. Fala-se da orografia, das condições meteorológicas, do horário do funcionamento do Centro de Limpeza, entre outras. 
Recordamos aqui uma entrevista dada por António Ramalho, presidente das Estradas de Portugal a 26 de Agosto de 2013, o mesmo queixava-se dos elevados custos dos Centros de Limpeza de neve em Portugal, que o país tinha 58 viaturas de combate à neve, 11 viaturas especificas de combate, mais 20 viaturas adicionais de apoio como retro-escavadoras e tractores. Fora as 28 viaturas das entidades concessionárias contratadas. O presidente da EP referiu ainda que cada limpa-neve tinha um custo de 50 mil euros. Ora para a quantidade de neve que cai em Portugal, meios parece não ser um problema. Em 2012 o estado teve de contratar viaturas a empresas privadas por inoperacionalidade das viaturas no Centro de Limpeza da Serra da Estrela (???). 
No final de 2013, as Estradas de Portugal contrataram a aquisição de 2500 toneladas de sal gema para 2014, num custo de 180 mil euros, para os períodos de Janeiro a Abril e ainda meses de Novembro e Dezembro. Quantidade de sal gema para 7000 kms de jurisdição das Estradas de Portugal para os distritos mais afectados pela queda de neve. 
A acrescentar a estes dados os Bombeiros da Guarda receberam recentemente uma viatura de limpeza de neve, totalmente paga com fundo comunitário e a corporação da Covilhã já pediu a aquisição de 2 novas viaturas que custarão 200 mil euros, com 85% pago a fundo perdido.
Dinheiro e meios parecem não ser o problema à limpeza desta neve que tanto "estorva" a vida serrana.

Fotografia: Manuel Torres