Um "osso" duro de roer.

O mundo das redes sociais e da Internet tem revelado um poder capaz de ramificar a informação de forma transversal. A recente situação envolvendo o canil (que pelos vistos não é canil) Municipal de Gouveia é um reflexo do poder de informação capaz de chegar a todo o lado. Para mal de que governa os destinos da autarquia, que não ficou bem na fotografia, este processo foi todo ele mal gerido, atingindo por estes dias o épico dos desenvolvimentos, chegando aos "ouvidos" de entidades a nível nacional de protecção dos animais. O processo do canil não é de agora, remonta ao anterior executivo, sendo que a equipa é a mesma, mudou apenas o comandante, nas últimas eleições autárquicas. Situação perfeitamente dispensável aquela vivida com repercussões a nível nacional, a cidade e o concelho precisam de andar pela boca do "mundo" mas não pelos piores motivos. Foi doloroso para quem é Gouveense ler alguns comentários em páginas de entidades de cariz nacional. Diz o ditado e não se engana certamente « não deixes para amanhã o que podes fazer hoje».

Marketing das cidades - a marca Gouveia.

Vivemos num ambiente fortemente competitivo, num mundo global, cidades tentam captar investidores, turistas e mais habitantes, daí que o marketing das cidades têm-se assumido cada vez mais imperativo. Mas o marketing das cidades não se baseia apenas num slogan e num logótipo, o marketing é «uma análise sistemática dos mercados e dos produtos». Por outro lado muitas autarquias confundem marketing com comunicação, ter uma página no Facebook ou sítio de Internet não é marketing, são formas de comunicação, importantes face à globalização dos dias de hoje. 

O marketing somos todos nós, todos teremos a quota parte importante para que uma marca, neste caso Gouveia se consiga impor. O marketing é uma forma de organizar uma estratégia de desenvolvimento que diferencie pela positiva "o produto" dos restantes produtos. Ao longo dos anos o poder político tem tido a visão que é parte da solução e não parte do problema,  facto são os investimentos que têm sido feitos ao longo dos anos e décadas e o problema continua persistir, Gouveia não tem dimensão nacional e tão pouco regional. Basta andarmos ao longo do nosso país para percebermos a pequenez da marca de Gouveia, numa conversa com um cidadão do litoral facilmente é atingível outras cidades vizinhas com conotação à Serra da Estrela. 

No planeamento o "governo local" é peça chave mas terá de trabalhar com empresários, comerciantes e cidadão comum, porque o marketing é bem sucedido quando cidadãos e empresários obtêm satisfação e quando visitantes e investidores, atingem as suas expectativas. Se temos uma sociedade local fragmentada, será certo que nada terá um final feliz. Se por um lado quem governa a autarquia terá de colocar à disposição infraestruturas capazes, empresários terão de ter a ambição necessária, sobretudo é preciso "semear" para mais tarde "colher"...na verdade muitos apenas querem "colher".

Nos últimos 100 anos Gouveia teve vários slogans, já foi chamada de "Tear da Beira", " Princesa da Serra", " Cidade Jardim" e nos últimos anos " Capital da Aventura". Não iremos explanar aqui se a "aventura" foi uma boa opção ou não mas é preciso perceber se a aventura (BTT, TT, Snowboard e afins) é mais fácil de "vender" do que os produtos endógenos (Queijo da Serra, enchidos, compotas, burel,etc) ou vice-versa... ou simplesmente se, se podem complementar. Por vezes perguntamos qual é o nosso público alvo?