quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Girabolhos: Uma barragem, um projecto, um futuro e...Gouveia (Parte2)


CONTINUAÇÃO...
É com a emissão da declaração de impacto ambiental e relatório de conformidade ambiental em Julho de 2010 que o projecto da barragem ganha novo impulso face a tanta indefinição e contra-tempos até então. É constituída a Sociedade Concessionária Hidromondego - Hidroeléctrica do Mondego. O contracto de concessão foi assinado recentemente a 27 de Setembro último entre sociedade pertencente ao grupo Endesa e o estado português. A empresa espanhola prevê o funcionamento da barragem em pleno no ano de 2019.
O projecto tem encontrado um caminho sinuoso face aos contratempos provocados pelo governo de Passos Coelho. As constantes remodelações governamentais têm posto em causa o projecto da barragem que irá custar 500 milhões de euros à empresa espanhola. Tem faltado harmonia nas relações da empresa com o governo português, pelo menos é o que o presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva tem transparecido, ele que foi secretário de estado em governo presidido por Cavaco Silva.
CONTINUA...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A "ordenha" comunitária


O ano 2014 já iniciou e com ele chegou também o novo pacote de fundos comunitários para o período 2014 - 2020. Como foi referido num artigo anterior Portugal irá receber 21 mil milhões de euros neste período, será mais uma oportunidade para o país criar riqueza e obter progresso. Se para obter riqueza é necessário produzir, no campo da agricultura não será necessário produzir para se obter apoio comunitário. Os erros do passado parecem bem vivos e à quem queira que tudo se mantenha. A agricultura vai receber de Bruxelas 8 mil milhões de euros nos próximos seis anos.  O subsidio aos agricultores vai ser dado segundo o tamanho dos terrenos (??!), chamam a este pacote um "PAC (politica agrícola comum) mais verde". Se no passado recente os agricultores eram subsidiados segundo a sua produção como por exemplo x cabeças de ovelhas ou x toneladas de cereal, a partir de agora os pagamentos passam a ser feitos por hectare de solo independentemente do que  está a ser produzido. Segundo dados recolhidos esta mudança de filosofia visa a defesa do ambiente, do solo, da água, da biodiversidade e das alterações climáticas...problemas que afectam gravemente a nossa região!?
Ora numa altura que a agricultura não existe, que a pastorícia está a morrer, e olhando para a nossa região, nada melhor para a sua morte definitiva que uma política deste calibre. Depois vêm secretário de Estado defender a continuidade do Queijo da Serra, que é necessário a sua defesa e preservação. Que pensará o Sr. Joaquim que tem 200 cabeças de ovelhas mas que o seu vizinho tem pouco mais de uma vintena, que tem mais hectares de solo e que recebe mais apoio que o Sr. Joaquim. Ordenhar 200 cabeças não é o mesmo que ordenhar 20 cabeças. O resultado está à vista, nem é preciso pensar muito no que se irá passar. Não faltarão pseudo-agricultores candidatos a subsídios, mas pior serão aqueles, poucos que ainda existem desistirão em vão, de uma vida de luta no campo a preservar os valores locais e património da região.