terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Turistrela, a verdadeira "dona" da Serra da Estrela.


Numa região onde o turismo é impreterivelmente fonte de rendimento, a empresa Turistrela é "rainha". O tema não é  de agora, a discussão também não, a verdade é que este monopólio parece ser entrave ao desenvolvimento da região, isto porque, segundo os entendidos, a liberdade da concorrência está em causa e quem perde é o cliente. A empresa refuta essa situação, referindo que está disponível para parcerias e apoiar investidores. A Turistrela é concessionária exclusiva do turismo e dos desportos no território da Serra da Estrela numa cota a partir dos 800m de altitude, num território que andará à volta dos 100 000ha.
Recuando no tempo e na história, é preciso ir ao principio dos anos 70, quando ainda no Estado Novo, era presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, surge o projecto da construção do teleférico a ligar Piornos à Torre. É nesse âmbito que nasce a Turistrela, em 1971 segundo o decreto-lei 325/71 de 28 de Julho desse ano, sendo a participação maioritária do Estado. O projecto do teleférico avança e já após a revolução dos cravos, em 1975, a obra encontrava-se na sua fase final, chega-se à conclusão que o teleférico não reunia as condições de segurança necessárias face aos ventos dominantes na zona.
Em 1986, o regime de exclusividade é novamente renovado mas agora por participação privada face à compra da empresa por parte do actual administrador Artur Costa Pais. A empresa deixa de ser do Estado mas mantêm a concessão de exclusividade no território, segundo decreto-lei 408/86 de 11 de Dezembro assinado pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.
Empresários e investidores têm olhado para esta exclusividade como entrave ao desenvolvimento do turismo na Serra da Estrela. A Turistrela estima que de Dezembro a Abril existe uma média aproximada de 1,5 milhões de turistas, quanto vale o turismo de inverno directo  no maciço central da Serra da Estrela ? 75 milhões de euros? 100 milhões de euros? 150 milhões de euros?... poderá ela valer mais com concessões variadas tal como acontece no turismo de montanha da Europa?

http://dre.pt/pdf1sdip/1986/12/28400/37073711.pdf



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