quinta-feira, 3 de outubro de 2013

E agora Dr. Luís Tadeu??


O concelho de Gouveia, como concelho do interior, padece de males como os vizinhos da região, não fosse esta região a mais pobre do país. Não obstante, no passado domingo o presidente de todos os gouveenses, eleito com 4619 votos dos 9152 votantes, disse em campanha eleitoral que vivíamos uma situação difícil, de crise, de «conjuntura nacional» . Efectivamente o é, embora o litoral tenha condições e instrumentos de maior dimensão para reduzir os efeitos desta conjuntura.
Existe no entanto, uma competitividade regional que não pode ser esquecida. A região sai a ganhar com um trabalho conjunto em termos globais, mas na " especialidade" deverá existir uma competitividade saudável por forma a sair do marasmo em que estes municípios do interior estão "mergulhados".
Os quadros aqui transportados revelam as deficiência e os resultados que Gouveia apresenta em relação aos seus parceiros, no desemprego e no índice de envelhecimento. O primeiro respeita à capacidade empresarial local, ausente, a segunda diz respeito à regeneração populacional, inexistente também, o concelho perde à duas décadas consecutivas população. Em qualquer destes dois parâmetros Gouveia apresenta os piores resultados. A situação de conjuntura nacional não poderá servir de desculpa a tudo e para tudo.
Há um longo caminho e percurso, outro tanto que já passou e tanto que se perdeu, do qual os doze últimos anos não estão isentos de culpabilização. Luís Tadeu sempre afirmou que era o candidato da continuidade, ele próprio o afirmou e acrescentou mais, «Eu espero continuar o ciclo de progresso que abriu para Gouveia com os seus mandatos», referindo-se ao seu, agora antecessor. Mas acrescentou mais « Eu não quero fazer diferente, quero fazer melhor», no entanto aqui joga-se a contradição, é que para fazer melhor, terá de fazer diferente, atestando aos gráficos aqui apresentados. Para combater estes números a actividade e decisão terá de ser diferente ao até aqui verificado.
Haja a coragem para criar rupturas com algumas linhas orientadoras do passado recente. O pressuposto do candidato eleito é «dinamizar a actividade económica do concelho com base no associativismo empresarial, auto-emprego e na captação de investimento». Para além destas boas intenções , é preciso capitalizar o que já existe, tornar o tecido empresarial competitivo e promovê-lo de forma equitativa. Por outro lado a questão de repovoar o concelho é fundamental, mas é preciso não esquecer que é preciso criar condições primárias atractivas a jovens de todo o país para se estabelecerem.
Para uma governação sustentável , é preciso responsabilidade na utilização de cada cêntimo dos Gouveenses, é preciso criar consciência que depois do investimento é necessário apresentar resultados, não basta referir «Enquanto entidade pública defendo que o município dever ser alavanca para o desenvolvimento social e económico».  Os dados estão lançados, os gráficos são números, mas são reflexo de uma realidade. Nós por aqui vamos estar atentos.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

E agora Prof. Armando Almeida??

Findo o ato eleitoral, o grande derrotado da noite de domingo foi Armando Almeida, o candidato socialista alcançou um resultado pior do que à quatro anos. O ainda presidente da concelhia dos socialistas foi para esta campanha com a esperança de conquistar o município de Gouveia que Álvaro Amaro havia "roubado" a Santinho Pacheco em 2001. Essa derrota de 2001 trouxe mazelas internas ao PS Gouveia que ainda hoje, algumas estão por sarar. Armando Almeida tinha um ambiente que poderia, repito poderia, ter aproveitado, afinal quase todo o país deu um cartão vermelho ao PSD de Pedro Passos Coelho, mas em Gouveia a nota foi dissonante e a música foi outra. Com a saída de cena de Álvaro Amaro, pensou-se que a disputa fosse mais equilibrada e com o desgaste do executivo social-democrata poderia querer dizer uma viragem política no concelho, até porque o candidato laranja não é nem de perto nem de longe um político de gabarito nacional, como o agora seu antecessor. No entanto fica a nota,  muito aprendeu com o professor este novo presidente de todos os gouveenses. Ficou demonstrado que não era o candidato social-democrata demasiado forte, talvez o candidato socialista não foi suficiente para o que tinha pela frente, até porque vinha para o segundo sufrágio eleitoral consecutivo, cujos erros da primeira ocasião não foram corrigidos. O social-democrata limitou-se a ser ele próprio, sem bacalhau, nem nada na manga.
O PS Gouveia necessita de rejuvenescer, será importante ter um PS forte, com liderança vincada, a democracia e o concelho necessitam disso. Precisa de um líder que faça a coesão, que saiba transmitir a mensagem de dentro do partido para fora, que consiga chegar ao eleitorado de forma simples mas eficaz. Não precisa de um líder político de gabarito nacional, mas um líder com carisma e próximo do cidadão e sobretudo que comece a trabalhar já para os próximos quatro anos. 
Caberá ao presidente da concelhia do PS fazer a análise, certo que fez o que pôde, mas não chegou, não foi suficiente...dizem que à terceira é de vez, mas esta equação não será aplicável. Em tudo na vida vivemos de resultados e para já o saldo não é positivo.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

The Day After: O rescaldo de uma vitória laranja num país de rosas.


Uma noite em cheio para os socialistas a nível nacional mas por cá, quem levou a melhor foi o "laranja" Luís Tadeu, o social-democrata arrancou uma vitória contundente, sem qualquer dúvida, 50,47% contra 38,71% para os socialistas. Apesar da conjuntura do país que levou quase todo o país a dar um cartão vermelho ao PSD, em Gouveia, os eleitores deram confiança ao social-democrata. Falou-se muito nesta última semana em sondagens, nomeadamente numa que ficou conhecida pelo "5-2" mas tal não se veio a verificar. A noite eleitoral teve dois gouveenses como protagonistas, talvez encorajado pelo antecessor, Luís Tadeu percebeu às primeiras horas da noite que a vitória era sua. Uma vitória com menos 665 votos que à quatro anos quando Álvaro Amaro ganha o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos do município de Gouveia. Ao nível das freguesias PSD ganhou em Vila Nova de Tazém, Ribamondego, Paços da Serra, União de Freguesias de Melo e Nabais, União de Freguesias de Lagarinhos e Rio Torto, Vila Cortês da Serra, União de Freguesias de Figueiró da Serra e Freixo da Serra, Arcozelo e União de Freguesias de Mangualde da Serra e Aldeias.
O PS viveu uma noite quase trágica atendendo às expectativas que a candidatura vivia. Nesta segunda ida a sufrágio por parte do Prof. Armando Almeida, teve um resultado pior que em 2009. A única freguesia da cidade de Gouveia fica sobre domínio socialista, o carismático João Amaro ganha com vitória expressiva na Assembleia de Junta. O Partido Socialista ganhou ainda nas seguintes Assembleias de Junta: S.Paio, União de Freguesias de Moimenta e Vinhó, Nespereira, Cativelos e Vila Franca da Serra.
O partido CDU que também a nível nacional conquistou um bom resultado, teve em Gouveia um acréscimo de votos à Câmara, mais 44 votos que em 2009, elegeu um mandato, Carlos Nabais à Assembleia Municipal, como tinha acontecido em 2009, na corrida à freguesia da cidade de Gouveia teve pior resultado que em 2009.
As eleições permitem sempre tirar ilações e dividendos, nas vitórias e nas derrotas tiram-se conclusões e questões e uma será certamente, e agora professor Armando Almeida?... Será o artigo de amanhã.

domingo, 29 de setembro de 2013

Gouveia passa a integrar Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela


Portugal continua a descentralizar, centralizando, este é a "regionalização" que tantos apregoaram. Depois de termos assistido à centralização do turismo em Aveiro, na região centro, agora é a vez das Comunidades Intermunicipais levarem mais "uma volta" e mais uma centralização. A Lei n.º 75/2013 de 12 de Setembro último , estabelece o regime jurídico das autárquicas locais e aprova o estatuto das entidades intermunicipais. A Comunidade Intermunicipal da Serra da Estrela (Gouveia, Seia e Fornos de Algodres) passa a integrar-se na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, constituída por 15 municípios para uma população de pouco mais de 236.000 habitantes. Esta Comunidade será constituída pelos municípios de : Gouveia, Seia, Fornos de Algodres, Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Belmonte, Sabugal, Covilhã, Pinhel, Mêda, Trancoso, Manteigas  e Fundão. O novo regime jurídico entra em vigor amanhã, um dia após a nova eleição dos novos dirigentes autárquicos. As Comunidades Intermunicipais serão compostas por quatro Orgãos: a Assembleia Intermunicipal (constituída por membros de cada Assembleia Municipal; Gouveia terá 4 membros representados), Conselho Intermunicipal ( constituído pelos presidentes de câmara), o Secretariado Executivo Intermunicipal (representante da Comunidade em delegações exteriores; eleito pelo Conselho) e o Conselho Estratégico. 
Para já a "centralização" desta Comunidade Intermunicipal poderá passar pela Covilhã ou Guarda, este novo centro de decisão deverá ficar na cidade mais alta, pelo menos politicamente existe grande pendor para a capital de distrito. Não é por acaso que os dois candidatos ao município da Guarda pretendem esse desfecho.