quinta-feira, 28 de março de 2013

De fio a pavio...

Se há coluna que os olhos se estagnam pelas folhas do Notícias de Gouveia é na de Mota Ferreira, nem sempre assunto que nos leve a ler, até porque quase sempre o assunto é de foro nacional, mas ainda assim um bom punhado de assuntos é sobre o concelho ou região. Leva-me a elevar tal coluna ao artigo da passada edição dia 20 de Março último. Ora Mota Ferreira "deambulava" o seu discurso sobre a nova zona industrial. Este refere: « Câmara infraestruturou um espaço, que pertencia à antiga Sociedade Industrial, para se tornar na segunda zona industrial.Tudo bem. Não obstante as perspectivas de investimento serem nulas, mais ainda em Gouveia. Infelizmente, não está mal que se crie uma zona que facilite e atraia a criação de empresas...» Caro Mota Ferreira, concordamos que as tais zonas industriais sejam necessárias, agora antes de tomar decisões é preciso saber o que se quer e fazer sondagens prévias, sobretudo à obtênção de duas ou três empresas à partida como referêcia a atração de outras. Corremos o risco de ter uma zona industrial "às moscas", até porque a industrialização modificou-se, todos sabemos que a "máquina" fabril da europa encontra-se a leste e na Ásia por efeito da deslocalização. Eu pergunto caro Mota Ferreira, que Gouveia tem para oferecer a uma empresa que  quer estabelecer-se por cá? Mão-de-Obra qualificada,tem? Jovens,tem? e as famílias e jovens que se estabeleceriam por inerência, que mais valias teriam? Serviços de saúde, tem? ( nem um RX em Gouveia se faz)... Afinal que atrativo é hoje Gouveia para empresas e jovens?? Voltando ao artigo: «...porque de serviços já há muitas na outra zona industrial.Aquelas que lá se instalaram de sector secundário - industrial - algumas ou estão com falta de ar ou hibernando. Mas como pode ser que sim e a esperança - e fé - , mesmo que anémica é a última a morrer, tenhamo-la. Não custa nada.» Caro Mota Ferreira rezar pode não custar nada mas esta nova zona industrial custou mais de 700 mil Euros, e irá custar bem aos municipes gouveenses daqui para o futuro. Resta esperar que faça sol (que venham empresas), é que chuva tem sido muita. Continua-se a construir "casas" em Gouveia pelo telhado,sem alicerces, ao qual a oposição não está isenta deste caminho de desgraça. Os aparelhos partidários continuam a belo prazer fazer "gato sapato" dos municipes para a obtenção de vitórias eleitoriais.

Sem luz ao fundo do túnel...



Quando votamos num determinado individuo em eleições, ambicionamos que este no seu percurso à frente da sua função seja de defesa dos interesses maiores da comunidade. Não só ele como toda a sua equipa que o rodeia. O progresso, modernidade e bem estar da comunidade foram sempre os mandamentos em perspectiva, a que se junta o conceito de sustentabilidade nos últimos anos, nas mais variadas vertentes. No entanto a decepção é uma realidade, em quem depositamos o voto de quatro em quatro anos revela-se o pesadelo do presente e do futuro. Basta olhar à nossa volta e ver o concelho que temos, uma "bola de marasmo" sem fim. Foram-se as fábricas ficaram as ruínas, ou o mesmo que dizer, «foram-se os aneis ficaram os dedos». O comodismo é um dos aspectos mais negativos de uma carreira autárquica, a forma de estar é o indicador da forma de actuar. Temos assistido a uma "visão" retrógada ao longo dos anos que tem levado o muncipio para o abismo e para o marasmo. Para além da dívida elevada e insustentável, que só serviu para placas que só tempo perdurará, cortar de fitas em vésperas eleitorais e demais rotundas e lancis renovados de passeios calcados, vemos a "face" de uma população de êxodo, envelhecida, e de um futuro sombrio para os mais novos. O sumo desta "fruta" foi pouco sucolenta e sumarenta, enganosa, de visões pouco claras, que alguns pensariam ao nível das gandes capitais europeias...«a solução passa por pensar à Gouveia» de forma genuína, simples e com audácia. A marca Gouveia vale muito mais que aquilo que se reportado. Os aparelhos partidários continuam a belo prazer dispôr dos trunfos que só a comunidade deveria ter, continuam a enganar com cantigas, com o belo e o idílico, o útopico e o fantástico, que nos levam ao vazio de um desenvolvimento deturpado. Cabe a todos nós saber o que queremos, a luz ao fundo do túnel ou o cinzento, de um longo caminho de desgraça.