Depois de o Prof. Cavaco Silva ter informado a nação deste rectângulo plantado à beira mar, que a sua reforma não chega para as despesas, foi a vez agora do nosso primeiro-ministro dizer em entrevista que os políticos portugueses ganham mal em comparação com os outros países da União Europeia. Afinal o homem também sabe ser piegas, por outras palavras também ele diz que o vencimento dele é pequeno, talvez não chegue para pagar as suas despesas. Por outro lado referiu que tem muito orgulho em morar num simples apartamento em Massamá...etc. Neste país de pieguices só a D.Maria não se queixa, ela que ganha 485€, será que lhe chega para as despesas??
...o Carnaval tem destas coisas, afinal ninguém leva a mal, mas a questão da tolerância de ponto é tão relevante como o Benfica ser líder da I liga. Portugal vive os dias a dar importância àquilo que é verdadeiramente menor. Mas ainda assim tem aqui umas merecidas palavras, é que a pausa de Carnaval custa 58 milhões de euros ao Estado...a todos nós! E quanto factura Portugal com o Carnaval? Por certo não será menos relevante, mas será preciso saber e o governo parece não querer saber afinal para que lado pende a balança. É certo que os portugueses têm festas a mais, é preciso arregaçar as mangas,mas os problemas da competitividade portuguesa vão mais além de uma tolerância de ponto. Os países do norte da Europa trabalham menos horas por semana e são economias mais competitivas, trata-se de questões de mentalidade, organização e métodos de trabalhos que nascem logo na cadeira escola. A verdade, independentemente de tudo o resto, é que o interior do país vive destas pausas no calendário, por certo o Sr. Zé do talho venderá menos ou o café do Sr. Manuel terá menos pequenos almoços.
A simplicidade e a humildade do Sr. Horácio leva-nos ao seu encanto. Abriu-nos a porta de sua casa em Gouveia e constatámos um enorme espólio feito com enorme dedicação. A sua paixão remonta a 1970, quando ainda na caserna da tropa na Trafaria iniciou esta vertente de artesão. Hoje, reformado há oito anos, continua a dedicar o seu tempo livre, aumentando o já grande espólio. Uma das obras mais impressionantes é a réplica do barco Rabelo, onde o pormenor dos barris não foi deixado ao acaso, aliás esta foi a sua última obra, mais de 22 mil fósforos foram gastos.A sua casa é um verdadeiro museu, pequena para albergar tais réplicas. Os fracos recursos e a pouca visibilidade não permitiu ao Sr. Horácio mostrar ao mundo a sua obra, merecedora de ser contemplada, esperamos que alguém dê uma oportunidade ao Sr. Horácio, ele merece pelo carinho e dedicação que tem ao fazer cada peça, cada pormenor dos seus barcos.
