sábado, 8 de outubro de 2011

A "morte lenta" do cinema em Gouveia

Longe vão os tempos que o cinema era visto como um bom passatempo de tempos-livres, as novas tecnologias e o chamado "downloads" tiraram muita gente das salas de cinema. Ainda assim, ir a uma sala de cinema é bem diferente de ver um filme sentado no sofá lá em casa. Cidades como Gouveia, localizadas no interior de um país cada vez mais litoralizado, sabe-se de ante-mão que salas de cinema não são propriamente um espaço de negócio, é mais um serviço público ao serviço de uma população. Pior se torna quando as freguesias da "capital" de concelho tem apenas pouco mais de 3000 habitantes, no caso de Gouveia. Factores que acabam por encaixar naquilo que considero estar-se a assistir à "morte lenta" do cinema em Gouveia, até porque a empresa municipal que gere aquele espaço fez saber por estes dias que cinema em Gouveia só aos domingos e nada mais, nem a sessão de sábado à noite se salvou. É preciso parar para pensar, afinal a morte do cinema não significa a morte de Gouveia, mas a cidade "Capital da Aventura" tem vindo a criar a sua própria "setença de morte", alguém vem provando do seu próprio veneno, chamem-lhe crise ou que quiserem, mas o concelho que em 1989 tinha quase 30.000 habitantes, hoje quase pouco mais são 15.000 habitantes, em vinte e poucos anos perdeu-se metade da população. Números, são números, estatísticas são estatísticas, mas que políticas foram feitas ao longo dos anos para que nos levassem a este caminho? Não basta falarem de falta de acessibilidades, ou políticas por parte do governo central que levam à desertificação. Cortejam-se os jovens estudantes pagando-lhes subsidios e transportes, mas eles não voltam, não encontram na sua cidade e concelho, espaço e oportunidade de vida. Parem, Escutem e Olhem...vejam que andaram a fazer!!!